A Ovelha Negra ?

Política

Vitória Alice Isabel Júlia Maria, nascida em Windsor em 25 de fevereiro de 1885, foi a esposa do príncipe André da Grécia e Dinamarca e mãe do príncipe Philip, Duque de Edimburgo, marido da Rainha Elisabeth II, falecido recentemente aos 99 anos.

Alice era bisneta da rainha Vitória do Reino Unido e cresceu na Alemanha, Inglaterra e no Mediterrâneo.
Ela viu como o povo grego sofreu nessas circunstâncias e queria ajudar. Ela tentou simplificar sua vida como preparo para uma vida mais espiritual.
Foi finalmente foi hospitalizada para tratar supostas “doenças mentais” quando afirmou receber mensagens divinas e ter poderes curativos. Com a incerteza na sua vida e na de seus filhos, com necessidades especiais, e com os horrores vistos durante o período de caos político, não dá deixar de associar o seu estado mental ao que chamamos de transtorno pós-traumático, ao invés de esquizofrenia, como documentado.

Apesar disso, Alice foi forçosamente tirada de sua família e hospitalizada.
Durante esse tempo, Sigmund Freud foi consultado e, junto aos demais médicos da princesa, atribuiu a doença a “frustração sexual”. Os ovários de Alice foram irradiados com raios-X para diminuir sua libido (que também causaram menopausa precoce). Durante o tempo de internação, Alice afirmou estar sã e tentou escapar do hospital.

Quando foi finalmente liberada em 1932, Alice encontrou sua família espalhada — todas suas filhas estavam casadas e seu único filho, Príncipe Philip, estudava no Reino Unido. Ela então teve uma vida de viajante, sem contato com sua família, até 1936, quando sua filha Cecile, seu genro e dois netos morreram em um acidente de avião. Dois anos após essa tragédia, Alice retornou a Grécia, onde viveu só e serviu aos pobres. Durante a Segunda Guerra Mundial e ocupação alemã da Grécia, ela tratou os doentes e feridos, deu comida e abrigo para os pobres. Alice até mesmo deu guarida a uma família judia até o fim da guerra. Após o fim da ocupação, ela permaneceu vivendo em condições esquálidas, muitas vezes se alimentando somente de pão e manteiga em um ambiente perigoso: guerrilhas comunistas enfrentavam os ingleses pelo controle da Grécia. Mesmo assim, Alice continuou a arriscar sua vida para dar comida e medicamento a quem necessitasse.

Em 1949, Alice criou uma Ordem de freiras ortodoxas gregas para cuidar de doentes. Como líder da Ordem, viajou até mesmo para os EUA para conseguir patrocínio. Também viajou à Índia para aprofundar sua fé. Quando seu filho Philip se casou, com a então Princesa Elizabeth, essa ovelha negra sentou-se em oposição ao Rei George, um dos homens mais conhecidos do mundo. Quando se tornou muito idosa e frágil e viu sua Ordem fechar, retornou ao Reino Unido para viver com seu filho e nora, Príncipe Philip e Rainha Elizabeth, até o seu falecimento.

Alice permaneceu lúcida, porém fisicamente frágil, até o final da sua vida, apesar de alegações que ela estaria ficando senil. Ela morreu no Palácio de Buckingham no dia 5 de dezembro de 1969. Seus restos foram inicialmente enterrados na cripta real da Capela de São Jorge, porém antes de morrer Alice tinha expressado seu desejo de ser enterrada na Igreja de Santa Maria Madalena no jardim de Getsêmani localizado no sopé do Monte das Oliveiras em Jerusalém.

Ainda temos a folclórica declaração de sua filha, a princesa Sofia, que reclamou que seria muito longe para visitar seu túmulo.

Seu desejo foi realizado em 8 de agosto de 1988, quando seus restos foram transferidos para seu local de descanso final na cripta abaixo da igreja.

ACIMA: Princesa Alice e seu filho mais famoso, príncipe Philip, esposo da Rainha Elizabeth II do Reino Unido da Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte.   Imagem de Alamy Stock Photo

Durante um tempo de grande turbulência política na Europa, essa ovelha negra sofreu bastante pelo racionamento de comida, água, medicamento e roupas assim como todo mundo. Ela esteve no meio de batalhas e ocupação estrangeira ajudando a salvar vidas e manteve esse trabalho essencial até ficar frágil demais para continuar. Sua missão de vida fora aprofundar a sua fé por meio de caridade e bem. Um trabalho extraordinário para qualquer um e absolutamente inimaginável para um membro da Família Real.

E ainda a chamam de ovelha negra.

Partes deste texto foram tirados da Wikipedia, Quora e outros.

Imagem da capa: Princesa Alice von Battenberg da Dinamarca e Grécia, por Philip László.

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