O Inventor Do Avião
Santos Dumont ou os irmãos Wright? A polêmica existe desde que o Aeroclube Francês retirou as homenagens e prêmios dados ao brasileiro, em 1907. Naquele momento, eles reconheceram os tais irmãos como sendo os responsáveis pelo primeiro voo do “mais pesado que o ar“. Os franceses esqueceram até de seu compatriota, Clément Adler, em prol de uma diplomacia bastante duvidosa.
– O mundo ignora que o padre Bartolomeu de Gusmão (nascido em 1685, em Santos, SP) tenha construído um protótipo de um balão de ar quente, que ele chamou de aeróstato. Ele fez essa demonstração na corte portuguesa de D. João V, ainda no início do século XVIII. Dizem que, assustados, os guardas derrubaram o balão por medo que causasse um incêndio.
– O National Air and Space Museum diz o seguinte sobre o Wright Flyer: “a primeira máquina motorizada e mais pesada que o ar a realizar um voo sustentado e controlado com um piloto a bordo”. Sabemos que ele era lançado por uma catapulta, não conseguia durar nem um minuto no ar e era extremamente difícil de navegar. No dia 17 de dezembro do ano de 1903, este avião tentou voar quatro vezes, mas ficou na tentativa.
– Os irmãos NUNCA foram observados por testemunhas, fotos ou filmes. TUDO o que disseram do tal voo foi dito por eles mesmos. Não há nenhuma prova que isso tenha acontecido. Nenhuma testemunha ou foto. Eles apenas disseram. A única “foto” desse “feito”, mais parece uma ilustração e foi produzida por eles mesmos. TODOS os engenheiros aeronáuticos de hoje, que se debruçaram sobre os projetos dos irmãos, concluíram que aquilo jamais poderia voar.
– Em 2003, no centenário do alegado primeiro voo, os norte-americanos tentaram homenagear os irmãos e construíram uma réplica exata do Flyer para refazer o primeiro voo no mesmo dia e horário, com a presença do então Presidente Bush. O Flyer não saiu do chão, como era de se esperar, e culparam o mau tempo.
– O Flyer era lançado de uma catapulta para alçar voo (se é que voava). Até um hipopótamo voa nessas condições.
– A maior prova que Santos-Dumont realizou um grande feito está no fato de que ele é ignorado por TODOS os museus aeroespaciais dos EUA, mesmo ele sendo o criador do balão dirigível. Existe, no máximo, um verbete que dá algumas informações básicas sobre ele, mas nada de balões ou aviões.
– No alto da Torre Eiffel, temos o escritório de Gustav Eiffel, que foi conservado tal qual ele era. Na parte externa desse escritório (que era quadrado) havia uma placa dourada em cada canto homenageando um feito que envolvia a própria torre. Uma dessas placas homenageava Santos-Dumont e seu primeiro voo num balão que saiu de um ponto, deu a volta na torre e retornou ao mesmo ponto. Eu mesmo fotografei essa placa, mas a foto se perdeu. Esse era o Prêmio Deutsch de la Meurthe, ou simplesmente Prêmio Deutsch, de cem mil francos, oferecido por Henri Deutsch para a primeira máquina aérea capaz de realizar uma viagem de ida e volta do Parc de Saint-Cloud até a Torre Eiffel em Paris em menos de trinta minutos, retornando ao ponto de partida. O prêmio esteve disponível de 1 de maio de 1900 até 1 de outubro de 1903, que era uma façanha inimaginável naqueles tempos, pois um balão decolava e só Deus saberia onde ele iria pousar. Santos-Dumont o venceu em 4 de novembro de 1901, com seu Dirigível Número 6 (a imagem da foto ao lado é do Dirigível Número 5).
– O 14 bis foi o primeiro aeroplano a se sustentar em voo, além de ser o primeiro a decolar sem ser lançado por uma catapulta. Ele decolava e se mantinha em voo com um motor a combustão Antoinette de 50 HP. Esse evento foi fotografado, filmado e visto por centenas de pessoas em 1906.
Assista aqui este documentário do Canal Brasil com imagens reais do primeiro voo do 14 Bis. O voo está aproximadamente no minuto 2:45 desse vídeo:
– Santos-Dumont JAMAIS registrou qualquer patente de seus projetos. Todas as suas invenções e projetos eram abertos a quem quisesse copiá-los.
– O hangar para a guarda e manutenção dos balões (posteriormente também para aviões) foi uma invenção de Santos Dumont. O primeiro foi erguido na Aeroestação de St. Cloud em 1900.
– A mídia norte-americana e o nacionalismo são muito poderosos.
Jamais permitiriam que alguém ofuscasse os irmãos Wrong, quero dizer Wright.
– Para os franceses, o inventor do avião foi Clément Adler e ponto final. Aceitam os tais irmãos por pura questão diplomática.
– A cubana Aída d’Acosta foi a primeira mulher a voar livremente num dirigível. Ela usava o Dirigível número 9, construído por Santos Dumont, que também a ensinou a voar. Claro que ela é totalmente ignorada pela mídia mundial.
Muito mais eu poderia dizer. Mas imagino que isso já é o suficiente para que você tire suas próprias conclusões.
NOTAS:
– Santos-Dumont NÃO inventou o relógio de pulso. Esse crédito cabe ao seu grande amigo Louis Cartier que o produziu, pois Santos-Dumont precisava consultar seu relógio rapidamente durante o voo e Cartier o prendeu ao punho em 1904. Na verdade, o relógio de pulso já existia desde 1814 e foi criado por Abraham Louis Breguet, por encomenda de Carolina Murat, princesa de Nápoles e irmã de Napoleão Bonaparte. Os relógios de pulso eram destinados ao público feminino, enquanto os homens usavam os relógios de bolso. Esse relógio, criado por Louis Cartier, foi batizado de “Modelo Santos” e faz parte do catálogo da Cartier até hoje.
– Santos-Dumont assinava seu nome sempre usando o sinal “=” entre seus sobrenomes porque ele considerava o sobrenome “Santos”, do pai, com a mesma estatura do “Dumont”, da mãe.
– Apenas recentemente os norte-americanos começaram a acreditar que Thomas Edison era mesmo um bandido. Tesla era um gênio muitíssimo superior e só foi um pouco reconhecido depois da morte. Os norte-americanos jamais permitiriam que um sérvio fosse mais talentoso que um norte-americano. E a lista vai longe com Robert Gallo/Luc Montagner e muitos outros.
– O mais curioso de tudo é que voar é o sonho mais antigo da humanidade. E os tais irmãos demoraram três anos, ou alguém aparecer, para divulgar isso. É, no mínimo, estranho !
– Alberto Santos-Dumont suicidou-se em 23 de julho de 1932, aos 59 anos, no Grand Hôtel de La Plage, no Guarujá (SP). Ele sofria de depressão profunda e dizem que ela se agravou quando ele viu os sua invenção sendo usada com fins bélicos e os horrores causados por ela. Não deixou nenhum bilhete ou carta.
Texto de Renzo Grosso e adaptações de documentos oficiais.