A Nova Rússia – O Reinício

Política

A Rússia ressurgiu em 1990 com o fim da então União Soviética, formada por outros quinze países – além dos parceiros do Pacto de Varsóvia.  O país passou de potência mundial, onde polarizava as atenções com os Estados Unidos, a um país comum com direito a falar alto, amparado pelo seu poderio militar.

Mikhail Gorbatchev, então Secretário Geral do Partido Comunista, deu início à abertura política – a Perestroika – para levar o país para a economia de mercado, mas seu sucessor, Boris Yeltsin, protagonizou o fechamento de estatais deficitárias e privatizações sem controle algum, levando a Rússia a uma crise de desemprego sem precedentes.

Nesse momento a população duvidou das vantagens do capitalismo, preferindo a volta das filas e dos tíquetes racionados já que, pelo menos, havia emprego.  Claro que isso não durou muito.  E nem poderia durar, já que o regime obrigava o povo a viver em condições sub-humanas e com todo o tipo de privações.

É natural que as dificuldades do passado sejam minimizadas pela crise do presente.  O povo russo anseia novamente pelo respeito que a Mãe Rússia outrora impunha ao mundo, seja pela dureza de seus governantes, seja pelo poderio militar.

Os problemas russos podem ser resumidos através de duas visões antagônicas dos seus principais líderes:

– Os liberais, favoráveis às reformas capitalistas, responsabilizam as décadas de clausura pelas dificuldades do país em se abrir.

– Os de esquerda, que atribuem as dificuldades às mesmas reformas.

Ao que parece, a opção pelo capitalismo é uma tendência irreversível na Rússia especialmente se considerarmos que não há um só país que tenha vivido o comunismo que o queira de volta.

Uma das grandes dificuldades da Rússia de hoje é a dependência com aqueles países da antiga “Cortina de Ferro”.  A União Soviética preferiu descentralizar a produção para gerar empregos, facilitar o escoamento, melhorar a infraestrutura e proteger os bens de uma eventual guerra nuclear.  Isso foi um golpe duro quando a Rússia assistiu a União se desintegrando e, com ela, boa parte dos insumos que utilizava.

Na década de 1990, a Rússia amargou uma retração em 40% na sua economia.  Soma-se a isso tudo os desmandos e o descontrole, o país se viu refém do gás e do petróleo que é responsável por cerca de 80% das exportações.  Vladimir Putin conseguiu fazer o país crescer com taxas elevadas, acima de 6%, e trouxe de volta um pouco do orgulho perdido nas décadas anteriores.

A situação da Rússia ainda preocupa, especialmente pela ditadura do Czar Putin e seu péssimo hábito de invadir territórios vizinhos.   E ainda existem a Ucrânia, a Chechênia, a União Européia..

Se serve de consolo, pelo menos eles fazem parte do BRICS e não do Mercosul.

NT: “A Nova Rússia“, (1931), é uma obra do escritor H. G. Wells.

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