A História do Bikini

Cotidiano

Ao contrário do que se pensa, a palavra bikini ou biquini não vem do latim e nem o prefixo “BI” significa “dois”, como seria de se imaginar.

Louis Réard (foto), engenheiro mecânico, precisou deixar a profissão que ele tanto adorava para administrar a fábrica de lingerie da mãe dele, depois que esta faleceu.  Ele odiava essa empresa e os negócios que a envolviam, mas fez o que podia.  Num belo dia de 1947, ele teve a ideia de cortar os maiôs da época (que mais pareciam ceroulas) para que se parecessem mais com as roupas de baixo das mulheres, como o sutiã e as calcinhas, mas dando-lhe uma forma mais apropriada e sensual de usar – como se isso fosse possível sem um escândalo.

Ao apresentar o produto ainda sem nome para a sociedade da época, ele ouviu todo o tipo de desaforo e, entre tantos xingamentos, alguém disse que “só uma prostituta poderia usar isso“.    Muito bem, pensou ele: então será uma prostituta.

Ele foi ao Casino de Paris e ali encontrou o que queria: uma moça relativamente bonita, com corpo bonito, simpática e o melhor de tudo: aceitou desfilar o produto ainda sem nome.  Ela se chama Micheline Bernardini (sim, se chama, porque hoje ela está com 93 anos!).

Marcado o desfile numa piscina de Paris, Réard chamou toda a imprensa para o lançamento do produto, bem como as grandes personalidades da época (existem vídeos no Youtube mostrando esse desfile).

Mas ainda faltava um nome.  Réard ainda não sabia como chamar o produto e, numa manhã a quatro dias do desfile, ele leu no jornal que os Estados Unidos estavam fazendo testes nucleares no Atol de Bikini.    Nessa época, os testes nucleares eram vistos como o grande poder de um país, a  alta tecnologia que ele representava e o mundo vibrava com isso.   Foi aí que surgiu a grande ideia: o produto seria chamado de Bikini porque ele era “uma explosão de sensualidade“.

O desfile foi um fracasso total, com a imprensa e a sociedade francesa criticando veementemente o bikini e seu criador.   Mas o mundo ainda se curvaria.

No início, as mulheres não estavam preparadas para usar peças tão pequenas, que mostravam o umbigo em público.  Os biquínis foram proibidos em vários países, incluindo a própria França.   Porém, atrizes como Ava Gardner, Ursula Andress e Brigitte Bardot aderiram ao biquíni e o usaram em filmes e em fotos.  É icônica a cena de Ursula Andress saindo do mar de bikini no filme “007 – Contra o Satânico Dr. No”.

Réard dizia que o verdadeiro bikini deveria ser pequeno o suficiente para passar por dentro de uma aliança.

No Brasil, a primeira vez que uma mulher usou o biquíni foi em 1948, quando a modelo alemã Miriam Etz vestiu o traje de banho no Rio de Janeiro.

O traje não foi apenas “inventado” por Réard.    Existem mosaicos romanos, do século IV, em que várias mulheres, de saiote e bustiê exíguos, praticam esportes.

Para finalizar, o nome bikini vem do Atol de mesmo nome e que significa “superfície de cocos“, no dialeto Maori-Polinésio (se escreve Piki Inni).   Isso porque as ilhas do Atol tinham uma vegetação bastante grande de coqueiros.  Os cocos caiam no chão e ali ficavam.

Fontes diversas.

Anúncios

Deixe um comentário