O Prêmio Nobel e o Brasil

Diversos

O brasileiro nato, Peter Brian Medawar, filho de uma inglesa com um brasileiro de origem libanesa, nasceu em 1915 em Petrópolis, RJ.
Mas ele foi registrado como cidadão britânico ao nascer, conforme sua ascendência, apesar de possuir também cidadania brasileira.

Viveu no Brasil até os 15 anos quando a família se estabeleceu na Inglaterra, onde ele estudou, se formou e trabalhou.

Seu trabalho lhe valeu inúmeros prêmios e laureações, culminando no Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1960, sem contar o título de Sir, pela Rainha Elisabeth.

Essa não é toda a aventura brasileira no campo dos grandes prêmios.

O escritor, poeta e não muito lembrado Jorge de Lima poderia ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura em 1957 ou 1958. Mas o autor de “Invenção de Orfeu” morreu em 1953 enterrando, literalmente, sua indicação ao prêmio.

Essa história, publicada pelo escritor, diplomata e imortal Antônio Olinto, diz que o sueco Arthur Lundkvist, da Academia Nobel sueca, em visita ao diplomata em 1950, contou que era leitor da poesia de Jorge de Lima.  Conversaram longamente e Lundkvist disse que havia falado com vários acadêmicos e que Jorge de Lima seria indicado ao Prêmio no fim dos anos 50, com enormes chances de ser agraciado.

Fora isso, não conte com a ABL – Academia Brasileira de Letras – para que algum brasileiro receba algum Prêmio Nobel, especialmente o sonhado Nobel de Literatura. Com os “imortais” que temos alí, a ABL facilita muito a concorrência para os outros.
Observe as nulidades acadêmicas que temos como imortais: políticos, militares, médicos – diga-se o competente cirurgião Ivo Pitanguy – um numeroso rol de pessoas sem muita expressão literária, mas com fortes padrinhos e, sim, alguns escritores.
A ABL chegou a agraciar com uma medalha de honra o jogador Ronaldinho Gaúcho, que admitiu sem reservas que não lê livro algum.

Clarice Lispector e Drummond não quiseram se candidatar, talvez pela possibilidade de serem preteridos como tantos outros grandes escritores que viram pessoas inexpressivas serem eleitas “imortais”.
Mario Quintana tentou três vezes. Recusou tentar a quarta candidatura.
Graciliano Ramos nem chegou perto.

Já o escritor (de verdade) Gerardo de Melo Mourão foi indicado ao Prêmio Nobel em 1979, mas nem assim isso lhe valeu a indicação de uma cadeira na ABL.

O cinema brasileiro engatinha para o mesmo patamar da mediocridade com artistas fracos, filmes chulos e produções duvidosas, coisa que alguém chamou de “miserialização” do cinema, onde há uma preferência em excesso por temas como pobreza, miséria e sofrimento.    Joãosinho Trinta bem dizia que “quem gosta de miséria é intelectual. O pobre gosta de luxo”.

Resumo:

Nobel, nenhum.
Oscar, nenhum e Palma de Ouro em Cannes, só uma que, pela qualidade do nosso cinema, já foi muito.

As vocações brasileiras estão muito aquém de seus vizinhos sul-americanos, tanto no cinema, como na literatura e nas artes em geral.   A nação continental não mostra a mesma competência.

Nada mais !

NE: “O Sonho” (The Dream) – 1924 é um conto de H.G. Wells

 

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