Chatô – O Filme

Cotidiano

Foram vinte anos de espera por um filme que prometia ser da mesma estatura do best seller que ele se baseou.

Mas “Chatô, O Rei do Brasil” foi um desperdício de dinheiro, tempo e paciência. O filme é chato, para falar o mínimo, Marco Ricca, o protagonista, está péssimo e o filme se preocupa muito mais em montar um cenário de programa do Chacrinha do que contar a história de um dos homens mais influentes que este país já viu. Deve ser por isso que o cinema estava só com 30% dos lugares ocupados.

Não é nenhuma surpresa.

Orson Welles produziu uma história muito interessante em seu Cidadão Kane, onde retratava William Randolph Hearst, um multimilionário norte-americano que tinha várias semelhanças com o nosso Chatô.

Mas no Brasil tudo vira uma brincadeira, a começar pelo escracho que fazem da história deste país.

Como não tem competência para fazer um bom filme, eles preferem ridicularizar os personagens assim como fizeram incontáveis de vezes com a monarquia ou a República Velha.

O filme alterna flashbacks com o tempo em que Chatô ficou imóvel numa cama depois de sofrer um AVC. Nessa cama, ele imagina o seu próprio julgamento perante as pessoas com quem ele conviveu – amou, chantageou, odiou – ao melhor estilo de um show de calouros, com direito até a uma buzinada no final.

O filme diz muito pouco do “Seu” Assis e se preocupa mais com as bobagens que ele perpetrou ao fazer parte da história.   Esquece-se assim, o homem visionário que desenvolveu jornais, revistas, rádios e foi o pioneiro da televisão brasileira.

Numa entrevista ao Fantástico, o diretor Guilherme Fontes, não muito à vontade, afirmou que o filme é um sucesso e que valeu a pena esperar por ele. Antes da entrevista, o Fantástico fez um breve resumo da vida de Chateaubriand e, diga-se de passagem, falou mais de Chatô do que o filme. O filme é uma vergonha. E deve ser por isso que o diretor o escondeu por vinte anos.

Chateaubriand foi um dos mais importantes mecenas deste país angariando obras de arte para o MASP, do qual foi cofundador junto com Pietro Maria Bardi.

Sua estratégia de ação invariavelmente incluía a chantagem contra os inimigos e até contra os amigos que não anunciavam em seus veículos. Sua aliança controversa com Getúlio Vargas garantiu-lhe dinheiro e poder para crescer ainda mais.

E isso foi só um aperitivo. Gostou ? Então não perca tempo com o filme. Leia o livro ou alguma coisa que preste.

 

NE: Sem Nota do Editor.

 

Anúncios

Deixe um comentário