Lei de Zoneamento – De novo !

Diversos

A explêndida prefeitura de São Paulo tem um projeto de moradias populares, que foi apresentado em meados deste ano para a Câmara Municipal. Mas apesar do cunho social que esse projeto representa, ele seria muito mais bem vindo em áreas que realmente necessitem desse tipo de moradia. A polêmica do projeto é que ele permite a construção de moradias populares em qualquer lugar, entenda Cingapuras, aqueles edifícios de poucos andares e com padrões antiquados que estão por toda a periferia da cidade. Os Cingapuras não são assim tão má ideia, mas é preciso ter cautela.

É um assunto difícil de comentar e muito fácil de ser mal-interpretado.

Essa socialização de espaço só serve quando vai afetar os outros. Basta ver os “critérios técnicos” que fizeram a ciclofaixa desviar na Rua Alexandre Dumas para não prejudicar os imóveis da família do secretário de Transportes e presidente da CET, Gilmar Tatto. O critério técnico é pura ladainha, já que é a política quem manda fazer essas bobagens no trânsito da capital e no plano diretor.

É uma inversão de valores. Parece mais fácil, ou mais eleitoreiro, levar as moradias simples para os bairros nobres do que melhorar os bairros mais afastados.

Em todas as regiões existe um custo básico de moradia que são suportados por aqueles que pretendem permanecer ali.  Cada um procura moradia onde pode pagar ou sustentar, já que são taxas e mais taxas que incidem sobre as moradias.   Essas novas moradias terão algum tipo de vantagem pelo sacrifício de morar em local nobre ou mais caro que outros ?   Será que a prefeitura virá com aquela conversa de inclusão social ou isenção fiscal para esses novos moradores ?
Quem vai pagar pelo imóvel onde serão construídas as novas moradias ? Ou não vai pagar ?

Um bom terreno em área mais ou menos valorizada custa bem mais que na periferia. Só com o valor desses imóveis já daria para fazer muita casa popular.

Aí o sujeito quer tomar uma cafezinho na padaria da esquina. Como ficam, por exemplo, os preços do cafezinho e do pão ? Ele vai ter algum desconto ou isenção ? Ou ele vai acabar fazendo as compras nos mercados de bairros mais afastados, cujos preços são mais condizentes com a realidade que ele vive ?

Só para efeito de comparação, uma mesma rede de lojas de conveniência tem diferenças de preços conforme a região: no Itaim, o café sai por R$ 4,50, mas no Tatuapé, sai por R$ 3,00. O Pãozinho é a mesma coisa. E a gasolina, o supermercado…

Seria muito mais inteligente levar o desenvolvimento para as áreas afastadas. É o mesmo caso da mudança de zoneamento, que transformaria zonas estritamente residencias em mistas, permitindo o comércio e os escritórios entre as residências dos Jardins.

Não é uma questão de discriminação, mas de bom senso. Ter uma feira livre na porta de casa é diferente de ter uma concentração de pessoas com hábitos bem diferentes dos demais moradores.

Além da provável desvalorização do local, haverá também o aumento dos problemas sociais como escolas, hospitais, transporte… Ou seja, o oposto do que eles dizem pretender.

Quem sabe aparece alguém que tenha o bom senso de aplicar critérios técnicos de verdade nessas questões.

 

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