Kamikazes
O termo “kamikaze” remonta ao século XIII, época da dinastia Song e de Kublai Khan, neto de Gengis Khan.
Ao final da década de 1260, os japoneses se prepararam para uma possível invasão mongol, enviada por Kublai Khan. A corte de Kyoto e os guerreiros japoneses ficaram em estado de alerta e a população lotava os templos e santuários com preces pedindo aos deuses que os ajudassem contra os mongóis.
Em 1274, Kublai, que via o Japão como uma fonte de riquezas e um povo bastante atrasado, formou uma frota com mais de 900 barcos, levando mais de 44 mil soldados e marinheiros que partiram da Coréia em direção ao Japão. No caminho, a armada ainda devastou a cidade de Tsushima antes de aportar na baía de Hakata.
Logo ao desembarcar, os mongóis rechaçaram os guerreiros japoneses e, receando um ataque surpresa, evitavam acampar nas praias e retornavam aos seus barcos para passar a noite.
Logo na segunda noite, uma violenta tempestade assolou a baía, afundou muitos barcos e dispersou a armada mongol. O que restou da armada desistiu da invasão e retornou humilhada para a China.
Enfurecido, Kublai ainda faria outras duas tentativas de invadir o Japão em 1275 e 1279. Durante esse tempo, o Japão construiu postos de defesa e iniciou a construção de barcos para enfrentar os invasores.
A dinastia Song caiu em 1279, o que deixou Kublai livre para novamente invadir o Japão. Em 1281, ele deu início à formação de uma grande armada composta por 4.400 barcos de guerra transportando 140.000 homens. Divididas em duas frotas, a do sul e a do leste, elas partiram simultaneamente da Coréia e do rio Yangzi.
Enquanto a armada do sul estava várias semanas atrasada, a armada do leste chegou a Hakata em junho, travando várias batalhas com os barcos japoneses.
As duas forças mongóis se juntaram na guerra e os japoneses e seus samurais resistiram e lutaram bravamente em várias ocasiões até que, em 16 de agosto, novamente um tufão destruiu muitos barcos da armada e dizimou grande parte dos invasores.
As duas tempestades que aniquilaram as frotas invasoras motivaram a crença de que o Japão era uma terra abençoada e protegida pelo divino (shinkoku). Por essa razão, os japoneses chamaram essas duas tempestades milagrosas de obras divinas ou “ventos divinos” que, em japonês, significam “kamikaze“.
O termo “kamikaze” voltou a ser usado na segunda guerra mundial. Esse era o nome dado aos pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos, com a simples missão de realizar ataques suicidas contra os navios aliados no final da Guerra do Pacífico.
Esse termo passou a ser usado em vários idiomas como uma metáfora para pessoas ou práticas suicidas, mesmo que em sentido figurado.