História Ruim

Diversos

O sistema capitalista não é exatamente aquele que gera mais benefícios para a população menos favorecida.   Esses benefícios têm acontecido por força de Leis ou duras negociações entre empresas e trabalhadores que tem sido uma constante nos países em desenvolvimento.

Já se fala que o capitalismo é o melhor dos piores sistemas econômicos, pois ele é o mais democrático dos sistemas, funciona de maneira simples e já foi divulgado em tom de piada nas redes sociais, como no exemplo a seguir: você tem duas vacas, vende uma e compra um boi. O rebanho cresce, você vende tudo e vai passear.   Simples, se somado à competência e ao mérito.

Acontece que essa base se tornou cada vez mais gananciosa, ao ponto de quase escravizar o trabalhador, tirando dele o máximo de produtividade para gerar o máximo de lucros e tudo em detrimento da qualidade de vida desses mesmos trabalhadores.

Pode ser que alguém apareça com um novo tipo de sistema híbrido, como um “capitalismo social” onde parte do lucro seria revertida diretamente para toda a comunidade que gera esses recursos. Mas é muito difícil isso acontecer já que a ganância faz parte da natureza humana a ponto de transferir uma unidade fabril de um local para outro onde os custos são menores, mesmo que isso acarrete na demissão de trabalhadores no próprio país de origem da empresa.

A Alemanha já viu isso acontecer na primeira década de 2000. Com a desculpa da globalização, muita gente perdeu o emprego na Europa e viu crescer os investimentos e a geração de empregos no terceiro mundo, o que não significou a melhora nas condições da população local.

Só para citar o que ainda é um pensamento corrente, em 1984, depois do acidente em Bophal, na Índia, um executivo da Union Carbide teria dito que “para fazer tudo certinho, eles ficariam nos Estados Unidos”. Nesse acidente, comparado a Chernobyl, milhares de pessoas perderam a vida e outros milhares continuam sofrendo sequelas com os efeitos dele.

Do terceiro mundo para os Tigres Asiáticos foi um pulo. A eficiência e a dedicação dos asiáticos na produção foram fundamentais no crescimento desses países e compensava qualquer custo a mais. Depois foi a vez da China com enorme disponibilidade de mão de obra e salários de 30 dólares mensais.

O terceiro milênio abraçou a globalização como sendo a grande solução para o desenvolvimento dos países pobres e as indústrias de disseminaram pelo mundo gerando milhões de empregos baratos. Leia-se “mão de obra” barata com poucos ou nenhum tipo de benefícios sociais.

Com o passar do tempo verificou-se que isso não bastava, já que a eficiência e a produtividade dos trabalhadores do terceiro mundo estavam muito aquém dos índices dos países desenvolvidos e dos asiáticos

Não é verdade que as grandes corporações ignorem as verdadeiras condições de trabalho em países como a China e a Malásia. Elas exigem, mas fazem vistas grossas ao tratamento dado aos trabalhadores locais, já que os custos de produção desses países não são páreo para nenhum outro.

O mundo é uma constante evolução. Todos os dias abrem-se novas perspectivas.

 

NE: “História Ruim”, de 1882, é um conto de Tcheckhov

 

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