Diários de Motocicleta – Ou Motoqueiros

Cotidiano

Não é raro ouvir que os motoristas devem ter mais respeito com os pedestres, os ciclistas e com aqueles tais motociclistas.

Sempre que há uma discussão sobre isso, os motoristas, em geral, são responsabilizados pela má conduta no trânsito que, conforme o clichê da moda, mata mais que uma boa guerra.   Uma meia verdade, já que esses motoristas são os que precisam estar atentos a todo o tipo de “interferências” que podem existir nas ruas e avenidas da cidade.

Chamamos de “interferências” os pedestres, os ciclistas, as motos, postes, árvores e também os outros carros que trafegam por alí.

Os pedestres são os distraídos de sempre.  Os ciclistas, que sempre reclamam de tudo, já tem ciclovias nas principais vias da capital. Os outros automóveis simplesmente estão por lá e ponto final.

Já os motociclistas…  Tente chamar um deles de motoqueiro ou coisa correlata.  Ao contrário dos ciclistas e motoristas, os motociclistas atendem pelo sugestivo apelido de “pilotos”.  Não são motoqueiros ou coisa assim.  Montadoras como a Honda colocam nos manuais a seguinte frase: “Pilote Equipado”.  Taí a explicação etimológica desse termo esdrúxulo que se aplica a qualquer um que se considere inquebrável para dirigir uma moto.  E eles levam esse título com muita seriedade.  Até um comercial da Honda já fez apologia a isso.

Quem nunca precisou de um motoboy na vida, que atire o primeiro retrovisor.  Esse mesmo retrovisor que um desses “pilotos” já chutou no seu carro.

As campanhas publicitárias vivem pregando que os motoristas respeitem os motociclistas.  Eles não respeitam faróis, placas, faixas de pedestres, limites de velocidade, ultrapassam pela direita, trafegam sempre em alta velocidade no trânsito parado, “costuram” entre os carros ou trafegam naquilo que eles chamam de “corredor” entre as pistas.  O código de trânsito diz que é proibido trafegar nesses tais corredores.  Ou seja, nos pedem para respeitar aquele sujeito que passa 90% do tempo infringindo o código de trânsito. Os 10% restantes do tempo, eles provavelmente estão fazendo alguma coisa errada em outro lugar.

NE – “Diarios de motocicleta” é um livro de memórias escrito por Ernesto (Che) Guevara, aos 23 anos de idade, e seu amigo Alberto Granado, onde relatam uma aventura passada em 1952 por vários países da América do Sul.  Mais tarde, Granado escreveria o livro Traveling with Che Guevara: The Making of a Revolutionary.

 

 

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