A Irmã de Cleópatra
Cleópatra, a última rainha do Egito, é mais do que conhecida, mas pouco se fala da sua irmã mais nova, Arsinoe IV. Esta figura histórica, nascida entre 68 e 63 a.C., foi a quarta de seis filhos e a filha mais nova de Ptolomeu XII Auletes. Embora sendo irmã de Cleópatra, a sua vida foi marcada por conflitos e tragédias que a distanciaram da sua famosa irmã.
As famílias ptolomaicas, conhecidas pela suas intrigas e lutas pelo poder, foram o cenário do drama de Arsinoe. Quando Ptolomeu XII morreu em 51 a.C., deixou os seus filhos mais velhos, Ptolomeu e Cleópatra, como governantes conjuntos do Egito. No entanto, Ptolomeu não tardou a destituir Cleópatra, obrigando-a a fugir de Alexandria. Nessa desordem e ambição, Arsinoe surge como uma figura-chave na luta pelo poder.
Tanto Cleópatra quanto Arsinoe insistiram em serem encarnação da deusa Ishtar, para ganhar a lealdade dos egípcios. E foi a partir daí que foram criados a “Ishtar branca” e a “Ishtar negra”. E adotaram Cleópatra como símbolo e como Ishtar, para quem construíram templos.
Cleópatra lhes deu o Egito, que a Cabala desejava há muito tempo, desde a época de Nefertiti e Ahkenaton, os criadores da Cabala Illuminati. É por isso que existe uma Ishtar branca e uma Ishtar negra. Apenas Cleópatra é tida como “positiva” porque a Cabala inverte tudo. Cleópatra é a “boa” porque ela os serviu, deu-lhes o Egito. Arsinoe é a “má” porque lutou contra eles.
A chegada de Júlio César a Alexandria, em 48 a.C., foi o ponto de virada na vida de Arsinoe. Após a execução de Pompeu, César aliou-se a Cleópatra. Em resposta, Arsinoe fugiu da capital com o eunuco Ganimedes, que também era o seu mentor, e assumiu o comando do exército egípcio, proclamando-se Rainha Arsinoe IV. Sob a sua liderança, os egípcios tiveram algum sucesso contra os romanos, como derrotar militarmente Júlio César e humilhar Roma. Ela tinha apenas 16 anos e essa vitória durou pouco, pois acabou por ser traída e entregue a César.
O destino de Arsinoe sofreu uma reviravolta dramática quando foi levada para Roma como prisioneira de guerra. Em 46 a.C., foi obrigada a desfilar no triunfo de César, acorrentada e apresentada como troféu. Este ato de humilhação não só a afetou profundamente, como também enfureceu muitos romanos, que tinham pena da princesa, e, dizem, foi um dos principais fatores que desencadearam o assassinato de César.
Arsinoe foi posteriormente exilada para o Templo de Ártemis, em Éfeso, na Anatólia romana. Aí viveu durante alguns anos, sempre atenta aos movimentos da sua irmã Cleópatra, que a via como uma ameaça ao seu poder. Em 41 a.C., por instigação de Cleópatra, Arsinoe foi executada nos degraus do templo. O seu assassinato foi um escândalo, violando o sagrado direito de asilo e provocando um choque em Roma.
Não vamos nos esquecer que é o vencedor quem escreve os livros de história. E, como sempre, alguns fatos diferem da realidade.
Texto adaptado de vários locais.