A Comédia Dos Erros – Recessão Outra Vez

Política

A cartilha é sempre a mesma. E ela não muda por mais que exista pressão e vontade em mudar.  A recuperação da economia só virá quando o governo for capaz de transmitir aos mercados a tranquilidade que ele precisa para voltar a investir e crescer.   O empresariado não acredita que a crise é passageira, ou menos problemática que a de 2008, e que a economia irá retornar aos níveis normais ainda em 2015.

As crises não podem ser descartadas tão facilmente. É uma ilusão achar que ela vá durar só um ano, que a inflação será controlada e que o PIB voltará a crescer. A crise não é de hoje. Os governos sabem, desde sempre, que é necessário equilibrar as contas públicas para que a economia deslanche e isso deve ser feito nas ocasiões em que o país está em expansão e não quando a lama bate no nariz. Senão, será necessário implantar medidas com austeridade, que vai atingir diretamente o cidadão comum que não tem como se proteger dos desmandos.

Também não é verdade que o mundo é culpado pela crise brasileira. O Brasil sofre, sim, os impactos da crise mundial, mas a parcela maior cabe ao nosso estilo de governo e as decisões equivocadas que teimosamente se enraízam na economia. Os Estados Unidos e a Europa vivem um momento de retomada de crescimento, notadamente pela valorização do Dólar frente ao Real, enquanto o continente sul-americano padece dos mesmos problemas e das mesmas diretrizes infelizes.
O cenário recessivo já estava montado desde o final de 2013, mas a demora em decidir o que fazer levou o problema a aumentar, piorando as contas públicas ainda mais com as eleições de 2014.

O mercado tem se mostrado confiante no Ministro Joaquim Levy e teme também que ele não consiga impor as condições necessárias para a recuperação da economia, caso o governo não tenha um bom suporte político no Congresso Nacional. As medidas são sempre impopulares e o Congresso não gosta de votar matérias desse tipo.

O Brasil esteve na vitrine durante muitos anos e nada foi feito para facilitar a vida de quem queria investir aqui. A burocracia, os impostos, a corrupção, entre outros, fizeram o país voltar à condição de nação comum, agora agravada pela recessão. Isso sem contar com o atual desmonte da Petrobrás, as dificuldades do BNDES e outros casos menos comentados.  Agora é tarde.

O modelo econômico até que funcionou razoavelmente bem, gerando empregos e algum crescimento, se mostrou ultrapassado para as novas tendências do mercado.

Vamos começar tudo de novo e, quem sabe, continuar no caminho certo.

 

NE: “A Comédia dos Erros“, (1592-1594), é uma obra de William Shakespeare

 

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