
Vida Nova – Pizzolato e Battisti
Henrique Pizzolato foi diretor de marketing do Banco do Brasil e condenado a 12 anos e 7 meses pela participação no sistema de subornos, o chamado “Mensalão”, ligado ao financiamento da campanha do PT e outros partidos da base aliada, diga-se ex-presidente Lula.
Esta semana, o Tribunal italiano decidiu pela anulação da decisão tomada em primeira instância pelo Tribunal de Recurso, em Modena, que havia negado a extradição de Pizzolato, pois ele correria o risco de ser torturado ou assassinado em uma prisão brasileira, além das más condições dessas prisões.
A última palavra vai para o Ministro da Justiça Andrea Orlando que tem que decidir se o lado italiano vai pesar na memória da história de Cesare Battisti, o terrorista a quem o Brasil concedeu asilo político em 2010, negando o pedido de extradição italiano. Um dos argumentos da defesa de Pizzolato foi que a Itália não teria de conceder a extradição, uma vez que o Brasil fez o mesmo com o ex-terrorista.
Mas será que Orlando ou o primeiro-ministro Renzi irão manter Pizzolato na Itália só para vingar Cesare Battisti ?
É pouco provável, já que a Itália é dona de uma justiça que funciona pelo manual de instruções, ou seja, pela Lei e não pela vontade dos outros. Não é uma república de bananas como Lula deve ter suposto ao duvidar da condenação de Battisti naquele país.
Em 2010, por causa do negócio Battisti, as relações entre Roma e Brasília entraram em uma profunda crise. O governo brasileiro acredita que Pizzolato será extraditado para evitar uma nova retaliação diplomática e ainda mais no futuro, observando que agora existem 187 pedidos pendentes de extradição de cidadãos italianos no Brasil em comparação aos 29 brasileiros presos na Itália.
A Itália poderia argumentar que é melhor mandar Pizzolato para o Brasil. Assim, os bandidos ficariam reunidos num lugar só.
NT: “Vida Nova” (Vita Nova) é um soneto de Dante Alighieri, escrito em língua toscana, onde ele narra a história de seu amor por Beatriz.