Seu cachorro tem vontade ? Ele sabe quem ele é ?
São boas perguntas e que todo mundo quer saber as respostas.
Sim, seu cachorro sabe que é um cachorro. Só foi possível descobrir isso por conta de pesquisas científicas sobre cognição nos últimos anos, bem como outras pesquisas que mostraram como os cães se comportam de maneira muito diferente em relação a outros da sua espécie, do que com seres humanos ou outros animais de outras espécies. Os cães podem reconhecer outros cães apenas com a visão, sem considerar o olfato, apesar de que não há nenhum outro animal na terra que tenha tantas variedades de raças, cores e tamanhos.
É importante saber que os cães (e outros animais) têm processos mentais internos e não são apenas robozinhos biológicos. Muitos afirmam que os cães não têm pensamentos e que o comportamento de um cão é ditado apenas por instintos ou questões biológicas. Ou seja, alegam de que os cães comem porque estão com fome, buscam calor porque estão com frio e assim por diante, e não há nada mais acontecendo.
Essa linha de pensamento já foi completamente desmistificada, mesmo porque ela dá a justificativa para desconsiderar os sentimentos dos animais quando se promove o abuso deles. Eu vejo o meu cachorro inconformado porque vou embora, com latidos desesperados. Sou capaz de jurar que ele está chorando.
Se as pessoas acreditam que cães, gatos e outros animais não pensam, isso também significa que eles acreditam que os animais não têm sentimentos, e se eles não têm sentimentos, por que devemos nos preocupar com o modo como são tratados? É assim que as sociedades justificam os festivais de brutalidade com os animais. Veja aquele absurdo chamado “Farra do Boi“, touradas e outras idiotices que lembram o instinto selvagem do ser humano.
Há pouco tempo, uma reportagem da Globo mostrava o abate de javalis no interior de São Paulo, com autorização da justiça, já que esses animais estavam se reproduzindo em grande número causando prejuízos às plantações e atacando humanos. A questão de sempre é saber se isso estava acontecendo de maneira rápida e indolor, a exemplo da interminável discussão a respeito do abate de bovinos. Só que os javalis eram mantidos em cercados e abatidos com flechas! O bicho corria para todos os lados com uma flecha fincada no dorso, gritando e buscando uma saída daquele maldito cercado. Uma morte horrivelmente lenta e dolorosa. Cheguei a escrever para a Globo inconformado com essa crueldade e, claro, não tive resposta.
De volta ao assunto, então, como sabemos com certeza que os cães pensam? Uma resposta definitiva é que os neurocientistas conseguiram treinar cães para ficarem quietos em máquinas de ressonância magnética enquanto respondem mentalmente a estímulos. O resultado foi a comprovação para todos que sempre insistiram que cães e outros animais têm sentimentos: quando um cão vê seu dono ou recebe elogios dele, vemos regiões associadas de seus cérebros brilharem. De fato, quando um cão vê ou cheira seu dono, a atividade no cérebro de um cachorro reflete a atividade em nosso próprio cérebro quando vemos alguém que amamos. O mesmo vale para todas as outras emoções básicas: da alegria ao medo. Dizem que o coração do cachorro volta a bater no ritmo correto só de ouvir a voz do dono.
A vontade reflete uma característica pura do ser racional, que alcança os seus objetivos através da reflexão e planificação. Vivemos um tempo em que parte substancial da humanidade deseja confundir razão e instinto.
Não pode ser apenas o instinto que guia os cães. Pode ser que o instinto esteja associado a várias coisas, mas eles sabem o que querem e entendem aos chamados e determinados comandos, mesmo com seu QI diminuto (se é que podemos dizer QI).
São eles quem elegem o dono e protetor. São obedientes, grandes companheiros e podem ficar horas apenas encostados no dono. O que os move, não pode ser apenas o instinto.
Fonte: Adaptado de vários textos
