Mais uma fumaça na história

Cotidiano

Sem água, sem estrutura, sem coisa alguma. Apenas o fiel exercício do dever dos bombeiros, dos restauradores, dos artistas, dos expositores… que tentaram salvar o que puderam do incêndio desta tarde de 2 de setembro de 2.018 no Museu Nacional do Rio.

Um museu não pertence a uma cidade, nem a uma nação. Pertence ao mundo. E o descaso com o que está exposto ou guardado é como uma declaração de guerra com o mundo que ali está representado. Haviam documentos históricos como os redigidos por D. João VI, Rei de Portugal, outros de D. Pedro I, D Pedro II, suas esposas… Jóias da parca ciência nacional… Múmias egípcias, fósseis brasileiros incluindo o mais antigo das Américas (que deram o sugestivo nome de Luzia)… E muito mais. Só isso já representa Portugal, Egito, Espanha, Áustria, França…

A memória nacional teve um baque como há muito não se via. O último dói o museu da Língua Portuguesa de São Paulo, também vítima de um incêndio. O próximo ? Provavelmente o do Ipiranga, já que as condições dele não diferem muito das condições do Museu Nacional.

O BNDES diz que estava analisando um projeto de financiamento há cinco anos. CINCO ANOS ! Se fosse para dar dinheiro a algum bandido, ele seria liberado rapidamente.

É uma boa parte da memória nacional que virou fumaça. Quem deveria se preocupar, vai deixar isso de lado daqui a uma semana.   Sem falar daqueles que consideram a história do Império brasileiro como algo a ser esquecido.

São poucos os que estão sentindo a perda. Eu, você e mais meia dúzia, se tanto.   Pensando bem, conhecendo os responsáveis, não foi surpresa nenhuma.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Globo

 

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