Porta dos Fundos – Literalmente
O Brasil é um país em que a liberdade religiosa ainda é respeitada. Ou era.
Em São Paulo não é difícil ver pessoas de diferentes religiões sentadas na mesma mesa, discutindo os mais diversos assuntos.
As poucas ocorrências relativas à intolerância religiosa (veja uma delas aqui) no Brasil são, normalmente, tratadas como casos isolados e não merecem maior destaque pela mídia.
O recente caso de ataque à sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, envolve os mesmos ingredientes de outros casos mais rumorosos, como o ataque ao parisiense Charlie Hebdo (veja aqui). Só que, desta vez, a brincadeira foi com Cristo e não com o Islã. Imagine que possam existir no mundo pessoas que se sintam ofendidas por esta ou aquela frase publicada por um desses “veículos”. E é razoável imaginar que existam extremistas que se manifestam como no caso do Charlie Hebdo ou da Porta dos Fundos.
Um certo João Vicente, pertencente ao grupo que produz essas bobagens, publicou no Instagram uma foto do grupo dizendo, entre outras coisas, que esse ataque fere a liberdade criativa. Chamou essa provocação de “arte”. A imprensa internacional também se referiu à liberdade de expressão nas primeiras horas após o ataque à publicação francesa. Não demoraram a voltar atrás quando perceberam que o Charlie Hebdo vivia provocando o Islã e até mesmo o Papa Francisco se manifestou nessa linha: “Se você xingar minha mãe, pode esperar um soco” (veja aqui).
O ataque contra o Charlie foi desproporcional, é certo. Vários mortos e cenas que até hoje arrepiam qualquer um. O ataque à Porta dos Fundos também foi. Quem usa um artefato de tipo coquetel molotov, é e deve ser considerado um terrorista. E deve ser julgado da mesma forma, com base na Lei.
Mas essa turma da Porta dos Fundos também deveria ser julgada pelas brincadeiras que fazem. O ataques, nos dois casos, nada mais foram do que uma retaliação a uma provocação.
Esse mesmo João Vicente ainda publicou hashtags como #violencianaovainosfazerparar e #naonoscalarao. Vamos ver se eles tem coragem de brincar com o Islã. Muitos comediantes se travestem de jornalistas e confundem liberdade de expressão com o direito de fazer o que querem.
Tudo tem sua época. Renato Aragão brincava com negros, homossexuais, judeus… Num momento em que isso era aceito pela sociedade, mesmo que provocativo. Hoje, nos tempos do “politicamente correto” até o Washington Olivetto está achando o mundo mais chato. O maravilhoso e premiadíssimo comercial do “primeiro sutiã”, feito por ele, hoje seria uma apologia à pedofilia.
Vamos esperar que eles não tragam para cá essa violência extremista do Islã.
De minha parte, apenas deixo de consumir os produtos que essa turma patrocina. É o que eu posso fazer.
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