O Que Acontecerá Quando A Rainha Elisabeth Morrer ?
Pode até parecer mórbido, mas é preciso pensar nessas coisas.
Após o falecimento do príncipe Philip, duque de Edimburgo e consorte da rainha da Inglaterra, muitas pessoas se perguntaram o que acontece na ocasião da morte de Elizabeth II. Obviamente existe um planejamento oficial desde os anos 1960 que determina o que acontece assim que a fatalidade ocorrer — apesar de muita gente dizer que a rainha é imortal! Trata-se da Operação London Bridge.
“Operation London Bridge” é o código oficial usado pelo alto escalão do governo britânico para se referir à morte da rainha Elizabeth. É também o nome da operação que define o que acontece nos dias e semanas após o falecimento real e serve como processo de transição para o mandato seguinte, possivelmente de seu filho Charles, que assumiria o trono com o título de rei Carlos III.
Funeral do rei George VI, pai de Elizabeth II
Assim que for confirmado o falecimento de Elizabeth II, seu secretário particular, O Muito Honorável Sir Edward Young vai notificar imediatamente o primeiro-ministro da Inglaterra usando o código “The London Bridge is down”, ou “a Ponte de Londres caiu” em tradução livre. É o primeiro-ministro que vai colocar em prática, então, a Operação London Bridge.
Através de um canal seguro e confidencial de comunicação, o primeiro-ministro da Inglaterra vai avisar todos os Reinos da Comunidade de Nações (Commonwealth Realms), ou seja, outros países que têm Elizabeth como rainha, entre eles Canadá, Jamaica, Nova Zelândia e Bahamas.
Finalmente, a notícia é dada para os “súditos” da rainha de uma maneira bastante tradicional: nos portões do Palácio de Buckingham é colocado um aviso oficial com moldura preta para que a população saiba da notícia. De maneira mais tecnológica e simultaneamente a esse aviso, a imprensa mundial é informada sobre o falecimento.
A BBC troca toda sua identidade visual de vermelho para preto e dedica completamente sua programação à cobertura do falecimento, exibindo documentários e outras produções sobre a rainha, enquanto âncoras devem vestir ternos também negros que estão sempre preparados para esse acontecimento nas redações da emissora. O canal interrompe programas de comédia pelo menos até a realização do funeral.
Príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e seus dois filhos, os príncipes William e Harry
Imediatamente quando Elizabeth falecer, seu filho Charles se torna rei. No dia seguinte após a morte da rainha, ele deve fazer seu primeiro discurso oficial como monarca da Inglaterra e receber os votos de lealdade ao som de uma salva de 41 tiros no Hyde Park, em Londres. Em seguida, ele deve sair em uma viagem pelo Reino Unido visitando os líderes de governo de cada um dos países em suas capitais Edimburgo (Escócia), Belfast (Irlanda do Norte) e Cardiff (País de Gales).
É apenas quatro dias depois do falecimento da rainha que o caixão contendo seu corpo sai em procissão do Palácio de Buckingham até o Palácio de Westminster, onde se reúnem a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, as duas casas do parlamento do Reino Unido. Lá vai acontecer o velório e durante quatro dias só o rei Charles, familiares da monarca e outros dignitários poderão prestar suas homenagens. Só então o local é aberto ao público, que vai poder visitar o caixão de Elizabeth por cerca de dez ou doze dias.
Vale lembrar que todo esse procedimento público pode sofrer mudanças e adaptações caso aconteça ainda em situação de pandemia da covid-19.
O interior da Abadia de Westminster, local onde a rainha será velada
Assim que o velório da monarca no Palácio de Westminster for encerrado, deve acontecer seu funeral. Nessa data, é declarado feriado nacional no Reino Unido e, às 11 horas da manhã, os sinos do Big Ben vão soar, o país ficará em silêncio e o caixão será levado para a Abadia de Westminster, que receberá apenas dois mil convidados selecionados entre familiares e dignitários.
Após a cerimônia religiosa, o caixão com a rainha é lavado para o Castelo de Windsor e, lá dentro, para a Capela de São Jorge, onde também estão os restos mortais do pai de Elizabeth, George VI, e de inúmeros outros reis da Inglaterra.
Pouco menos de um ano após esse procedimento, finalmente Charles passa pela cerimônia oficial de coroação, que também é um feriado nacional no Reino Unido. Uma mudança interessante que acontece é na área monetária: as notas de libras que trazem o rosto da rainha Elizabeth II passam a ser gradativamente substituídas por novas contendo a face do novo rei, Charles. Mudam também selos, passaportes e uniformes da polícia e das Forças Armadas. Ah, o Hino Nacional da Inglaterra também é alterado — onde antes se cantava God save the Queen (ou “Deus salve a Rainha”) passa a ser, logicamente, God save the King (“Deus salve o Rei”).
Somando tudo isso, a morte da rainha representaria um gasto de nada menos que bilhões de libras na economia inglesa, um valor astronômico especialmente se pensarmos em quanto essa moeda está valendo em reais. O ganho financeiro disso é invejável. Segundo o relatório produzido pela Brand Finance, o “negócio” por trás da monarquia britânica e da família real é altamente rentável: ao custo de 292 milhões de libras (R$ 1,25 bilhão), o retorno é de 1,76 bilhão de libras (R$ 7,55 bilhões). Um número apenas estimado porque ainda existem os souvenires, imagens, notícias, casamentos reais, festas e turismo em geral. Nada mau !
Ainda devemos considerar que o “valor comercial”, se é que podemos dizer assim, da realeza britânica (conforme a metodologia aplicada) já supera 67 bilhões de libras. Muito mais que muita empresa gigante do planeta.
Fonte de pesquisa: Site MegaCurioso! e outros.