O Convívio – A Casa de Obama
Esta semana, durante uma audiência pública na Casa Branca, o Presidente Obama discursava na abertura do Mês do Orgulho LGBT e foi interrompido por uma certa Jennicet Gutiérrez, ativista que estava no meio da multidão que acompanhava o evento.
A ativista, uma transgênero, tentava chamar a atenção do Presidente para a questão da deportação de imigrantes, em especial os LGBT, além dos abusos que estes sofrem nas detenções e prisões americanas.
Diante da interrupção, ele pediu que a ativista respeitasse o evento e, na inssistência desta, Obama solicitou aos seguranças que a retirassem da sala alegando: “Você está na minha casa. Está comendo a minha comida e bebendo a minha bebida”, no que foi exaustivamente aplaudido pelos presentes.
Não acho que essa postura do Presidente tenha sido correta.
Na festejada democracia americana, todos tem o direito inequívoco à liberdade de expressão e essa pessoa estava apenas exercendo esse direito. Dizer que a ativista estava na casa dele comendo e bebendo o que é dele é uma enorme mentira.
A Casa Branca pertence ao povo americano. Os presidentes que alí moram são apenas hóspedes que mudam a cada quatro ou oito anos, pela vontade desse mesmo povo. Portanto, a ativista estava no local correto para exercer seu direito de dizer tudo o que pensa e de comer e beber o que ela mesma pagou com seus impostos.
Jennicet tinha todo o direito e ela não poderia ter sido expulsa com base em argumentos chulos, mas sim por conta da total falta de respeito que a ativista protagonizou ao interromper o Presidente e não se calar também em respeito aos demais presentes. Isso sim.
Ela não estava na casa do Presidente, mas na casa de todos os americanos e desrespeitou a todos eles. Se ela era uma imigrante ilegal como disseram, é outro problema.
NE – “Il Convivio” (O Convívio) – é uma obra de Dante Alighieri