O Olho Vigilante

Política

O palco era o mesmo das inúmeras batalhas que ali acontecem com frequëncia gerando badernas, quebradeiras e vândalos. Mas um casal fazendo uma selfie com um policial dava o tom do que seria aquela tarde na Av. Paulista.

Todo mundo tem alguma coisa a dizer e aquele milhão de pessoas proporcionavam uma sensação única: a de não estar nada sozinho. Era o momento de expressar o verdadeiro sentimento que unia toda aquela gente tão diferente, mas que tinha o desejo de extirpar os tumores que há tempos assolam a sociedade: corrupção, incompetência e desmando, só para citar alguns.

As buzinas não paravam de tocar desde o início da tarde, seguido pelas panelas e novamente com as buzinas na avenida (veja aqui) onde os policiais se misturavam com os manifestantes na mais pacífica das passeatas da capital. Coisa parecida só aconteceu em 1984, nas “Diretas Já”.

A visão daquela turba era maravilhosa e estonteante, além de ensurdecedora. A maravilha era ver tanta gente em plena harmonia e estonteante com as poucas exigências que se resumem ao desejo de ver o país entrar na rota da ética e moralidade.

Para não dizer que tudo foi uma avenida de rosas, um grupo de imbecis, fantasiados com camisetas de imbecis, tentou entrar na multidão carregando bombas e rojões que, felizmente, foram interceptados pela polícia e presos. São bobalhões desse tipo que destoam dos milhares que ali estiveram com suas famílias para a maior festa da democracia que um país pode celebrar: o direito de se expressar pacificamente.

Fora com a corrupção, fora com os desmandos, fora com a impunidade,… E todos com as cores nacionais e com o mesmo orgulho de um título mundial.

Não dá pra esquecer tão cedo.
O barulho foi grande e a sensação, inesquecível.

 

NE: “O Olho Vigilante“, de 1938, é um romance de Vladimir Nabokov

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